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Pesquisa de torcidas revela Paraná forasteiro

Levantamento com 113.962 pessoas em 70 cidades reforça a preferência do estado por times de fora. Corinthians amplia liderança

Pesquisa de torcidas revela Paraná forasteiro

Levantamento com 113.962 pessoas em 70 cidades reforça a preferência do estado por times de fora. Corinthians amplia liderança

Retorno à Série A, contratação de Ronaldo, títulos bra­­silei­ro, da Libertadores e mundial, contagem regressiva para a inau­­guração do estádio próprio. Os últimos quatro anos foram de sonhos para os corin­tianos. E acentuaram o pesadelo dos clubes paranaenses. O Corinthians reforçou sua con­­dição de maior torcida no Paraná, agora com o dobro da preferência do segundo colocado. Mais do que isso, puxou um crescimento da preferência do paranaense por times de outras regiões. Na contramão, as principais equipes locais perderam adeptos.

Atletiba empata na arquibancada

Torcida do Atlético cai para 22,55%, enquanto fãs do Coxa chegam a 21,54%. Margem de erro confirma a igualdade

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Apesar do calendário curto, Operário, Paranavaí e Londrina conseguem espaço dentro da legião paulista que domina as cidades

Opinião

“O Paraná tem o menor índice de preferência pelos clubes da casa”

Fernando Ferreira, economista e proprietário da Pluri Consultoria, em depoimento a Leonardo Mendes Júnior

A supremacia de times de fora não é um problema exclusivo do Paraná. É um fenômeno nacional. Em apenas quatro estados os times locais são hegemônicos: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco. Entre os principais estados do futebol brasileiro, o Paraná é aquele em que se tem o menor índice de preferência pelos clubes da casa.

O Atlético teve altos e baixos nos últimos anos. O Coritiba viveu uma fase boa, mas sem conquistas nacionais. O Corinthians tem o domínio da mídia. Então o crescimento da torcida alvinegra aqui era previsto, mas é muito preocupante um avanço desses em um prazo tão curto. Movimentos de torcida costumam ser mais lentos.

Os clubes partem do princípio de que torcida é subproduto de conquistas e da visibilidade que elas trazem. Além disso, o modelo político, de mandatos de três, quatro anos com grande alternância de poder, leva os dirigentes a negligenciar projetos a longo prazo de manutenção de torcida. É sempre o campeonato da vez, o patrocínio da vez e ninguém se preocupa em ampliar a base de clientes ao longo do tempo. Então o clube fica sempre dependendo de resultados.

Os únicos a fugir dessa lógica são Corinthians e Grêmio. O Corinthians passou 23 anos sem ganhar título e isso não afetou a sua torcida, pelo contrário. O time perdeu para o Tolima em 2011 e lançou uma campanha dizendo que corintiano vive de Corinthians, não de título. A torcida do Grêmio não parou de crescer nem nos últimos anos, com o Inter ganhando tudo. É um clube que vive muito em torno de si mesmo, da fama de imortal, de feitos heroicos.

A curto prazo, os clubes paranaenses não sentem a consequência dessa redução de torcida. Focam as ações no torcedor engajado, obtêm receita e está tudo certo. Mas é preciso ver que 20 anos atrás as torcidas de Coritiba e Atlético eram maiores, e foram caindo.

A mudança desse cenário passa, necessariamente, por articulação conjunta que envolva os clubes e a mídia. Sem mídia não funciona. Ela está nas mãos dos paulistas, que são naturalmente muito expostos. Antes, os clubes do Rio cresceram pela força do rádio e, mais tarde, da televisão. E não adianta evocar o bairrismo. Isso funciona melhor para os gaúchos. É necessário uma ação de longo prazo, que valorize os aspectos positivos dos times locais.

Esse cenário é revelado em um levantamento exclusivo da Paraná Pesquisas para a Ga­­ze­­ta do Povo. O maior estudo do gênero feito no estado ouviu 113.962 pessoas em 70 municípios, entre janeiro e novembro deste ano. A margem de erro é de 0,5%.

O bando de loucos corresponde a 15,77% dos morado­res do estado, índice inferior apenas ao dos que dizem não torcer para ninguém (32,44%). O Atlético vem em segundo, com 7,72%, abrindo um bloco que tem, dentro da margem de erro, Palmei­ras (7,34%), São Paulo (7,12%) e Coritiba (6,97%). Logo atrás vêm Flamengo (6,69%) e Santos (5,28%), para, somente então, aparecer o Paraná (2,08%). É como se em cada dez paranaenses, cinco torcessem por times de fora, três por nenhum e apenas dois por equipes do estado.

O cenário fica mais dramático quando comparado a outro levantamento da Pa­­raná Pesquisas, de 2008. Os quatro grandes de São Paulo, a dupla Grenal, Flamengo e Vasco tiveram, juntos, um crescimento de torcida de 14% – só o Palmeiras perdeu fãs. O Corinthians cresceu 26,7% e viu sua liderança ficar mais folgada. Se em 2008 a vantagem para o Atlético era de três pontos porcentuais, agora o Timão tem o dobro de seguidores do Furacão.

Diferença que reflete o encolhimento da torcida do trio de ferro, uma redução de 17%. Tricolores (34%) e rubro-negros (19%) tiveram as maiores quedas. Os alviverdes caíram menos (7%), mas perderam o posto de quarta maior torcida do estado para o São Paulo, e viram o Fla­­mengo encostar.

Entre os clubes locais, a reação é responsabilizar a formação política e social do estado. O Norte coloni­zado por paulistas, o Oeste por gaúchos e os 40 anos como co­­marca de São Paulo deixaram uma herança cultural que limita o alcance dos principais clubes do estado às imediações de Curitiba. “Passou de Campo Largo, ninguém mais torce para os times do estado”, diz Rubens Bohlen, presidente do Paraná.

A pesquisa respalda, em partes, a avaliação. Antonina é a cidade mais distante da ca­­pital em que o trio de ferro domina. No interior, Ponta Grossa, Londrina e Paranavaí têm os times da cidade como os paranaenses mais populares – atrás dos paulistas.

A influência sanguínea, porém, não explica tudo. O Oeste gaúcho já tem o Corinthians como maior torcida em Cascavel e Foz do Igua­­çu. Dados do Censo-2010 mostram que 550 mil pessoas nascidas em São Paulo moram no Paraná. É menos do que a torcida do Santos no estado. O número de gaúchos (279 mil) não comporta os fãs da dupla de Grenal. Sinal claro de que há paranaenses de nascimento – filhos de migrantes ou não – torcendo por times de fora.

“O momento é corintiano”, aponta Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas. “Fora se cultiva o sentimento de a criança, o jovem torcer pelo time da cidade. Aqui é bonito torcer pelo campeão”, acrescenta Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba.
Mesmo a difícil reversão desse quadro parece exigir uma postura diferente. “Os adversários não são mais os paranaenses, mas sim os paulistas. Curitiba é um mercado esgotado. Precisa crescer no interior, mas como?”, questiona Hidalgo.




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Fonte: Parana On Line
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 14/01/2013 14h22min

Hospital do Câncer de Londrina


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