:Vício em videogame? Saiba quando os excessos nos jogos são considerados distúrbios de saúde e como identificar

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Vício em videogame? Saiba quando os excessos nos jogos são considerados distúrbios de saúde e como identificar

Distúrbio de games é a forma reconhecida pela OMS para os poblemas de saúde mental causados pelo uso descontrolado dos jogos eletrônicos. — Foto: TV Globo/Reprodução

O vício em jogos de videogame passou a ser considerado um dos problemas de saúde mental pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O uso compulsivo consta na 11ª Classificação Internacional de Doenças (CID).

G1 conversou com a psiquiatra Sylvia van Enck, especialista em dependências tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da USP, para saber até que ponto o envolvimento com o mundo dos jogos virtuas para as crianças pode ser considerado um distúrbio e precisa de tratamento.

Entre os principais indícios do vício em games, a especialista aponta:

  • Não ter controle da duração com que joga videogame
  • Priorizar o jogo a outras atividades sociais
  • Continuar ou amentar a frequência com que joga, mesmo após ter tido consequências negativas desse hábito, como mal desempenho na escola
"O documento da OMS vai proporcionar uma identificação precoce desse distúrbio e também contribuir para novas pesquisas, e maiores trocas entre profissionais da área mundialmente", afirma Sylvia van Enck.

 

Quando esse ciclo do vício começa?

"A partir do momento em que as crianças começam usar as tecnologias, e a quantidade de horas jogando só evolui e não há o controle por parte dos pais", afirma Sylvia.

Com qual idade as crianças podem interagir com as telas?

"O recomendado é que as crianças usem esses dispositivos a partir dos cinco ou sete anos. Não quero dizer que essas crianças não possam jogar nunca, e sim, para evitar introduzir os eletrônicos antes dos cinco anos", diz a psiquiatra.

 

Qual o tempo de uso recomendado?

"Por volta dos 05 anos, indicamos 1 hora por dia com intervalos, não pode ser uma hora corrida, é preciso dividir esse tempo. Já a partir dos 10 anos, é recomendado não ultrapassar 2 horas por dia. Se for um único jogo, entre 1 hora e 1 hora e 30 minutos seguida, desde que as tarefas presenciais estejam cumpridas", afirma.

"Para ambas as idades, as crianças não podem jogar muito próximo da hora de dormir, por que isso compromete a qualidade do sono" - Sylvia van Enck

 

Quais as consequências do excesso?

  • Postura inadequada, principalmente porque as crianças estão em desenvolvimento.
  • Problemas de audição, já que muitos jogam com fones de ouvido no volume muito alto.
  • Síndrome do olho seco: a frequência de luminosidade prejudica os olhos, e a exposição excessiva pode desenvolver essa síndrome. Os olhos ficam irritados parecendo conjuntivite.

 

Quando é necessário buscar ajuda profissional?

"A partir do momento em que as crianças preferem trocar as atividades do mundo real, como as tarefas de casa e da escola por atividades virtuais. Percebendo esses indícios, os pais já podem buscar um psicólogo para fazer uma avaliação e receber diagnóstico de qual a melhor alternativa para controlar o vício", explica a especialista.

"É muito difícil diagnosticar através somente do jogo compulsivo, muitos outros sintomas podem estar ligados ao vício como: déficit de atenção, ansiedade generalizada, fobia social, e depressão, é preciso um acompanhamento mais detalhado."

 

Como é feito o tratamento para aqueles que já tem o distúrbio?

"No programa da USP, o  "Dependências da Internet ", temos um tratamento semanal de psicoterapia para adolescentes acima dos 18 anos por 18 semanas consecutivas. Durante esse processo, investigamos o que está servindo como gatilho para vício. Os pacientes podem jogar sim durante o tratamento, mas tudo é controlado."

"Também atendemos os pais que tenham dúvidas em relação aos menores de 18 anos, mas não oferecemos o tratamento."

"Não podemos dizer que os games são nocivos, o uso descontrolado é nocivo. Os jogos ajudam na questão de planejamento, estratégias, e estimulam o desenvolvimento cognitivo. A questão maior é quando a vida real é substituída pela virtual" - Sylvia van Enck

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Fonte: G1
Por: Redação
Data: 23/10/2019 15h59min

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