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Câmara quer audiência pública para debater ensino integral

“Discutir com a comunidade é fundamental”, diz líder do prefeito; audiência está marcada para 6 de novembro

Apesar de já começar a trabalhar na implantação do ensino integral na rede municipal de ensino, o Poder Executivo ainda não encaminhou para a Câmara de Vereadores projeto de lei sobre o tema.

Um grupo de vereadores, liderado por Sebastião dos Metalúrgicos (PDT), líder do Executivo, apresentou projeto de lei instituindo o ensino integral. Em meados de agosto, o projeto foi retirado de pauta pelo autor da matéria, uma vez que o Executivo já tinha essa intenção, aguardando que apresentasse o projeto na Casa. No entanto, nenhum projeto do Executivo foi encaminhado até o momento.

Os vereadores chamaram uma audiência pública para 6 de novembro para discutir o assunto. “Esse é um projeto excelente. Somos favoráveis ao ensino integral, mas precisamos discutir qual educação queremos. Para implantar um processo desses é fundamental discutir com a comunidade”, argumentou Sebastião dos Metalúrgicos.

A proposta de ensino integral entusiasma mas também gera dúvidas em educadores e pais de alunos. “Sinto falta de conhecer o projeto para saber como vai funcionar. Queremos muito o ensino integral, mas tem que ser algo de qualidade, com estrutura”, diz a professora Francismara Lourenço, da Escola Municipal Moacir Teixeira, no Conjunto Maria Cecília (zona norte). A escola já oferece atividades no contraturno e agrada alunos como a garotinha Dhara, da 4ª série. Duas vezes por semana, a garota vai de manhã e à tarde à escola. “Faço aula de artes e dança duas vezes por semana. E acho muito legal, ia gostar de estudar o dia todo, todos os dias.” Ano que vem, Dhara não estará mais na rede municipal para participar da inclusão de sua escola na nova modalidade de ensino.

A Moacir Teixeira está entre as próximas a ter implantado o sistema de ensino integral junto com a escola Bento Munhoz da Rocha Neto, de Lerroville. Clarice Norato, professora da escola de Lerroville, afirma que está entusiasmada com a proposta. “A maioria dos professores pode estar um pouco insegura, mas conforme formos sendo preparados isso vai acabar.”

Alguns pais também afirmam que sentem falta de conhecer melhor o projeto. É o caso de Vanessa Rodrigues. A filha estuda na escola Moacir Teixeira e já faz oficinas no clube esportivo, no contraturno. “Acho ótima a ideia do ensino integral, mas tenho muitas dúvidas de como vai funcionar. Principalmente, porque não vai ser na escola, vai ser no clube que tem acesso de pessoas estranhas. Se isso não mudar, não quero minha filha lá.”

Já Solange Wilsinski está muito animada com a possibilidade de a neta ficar na escola o dia todo. “A mãe dela trabalha, e a menina fica comigo, mas quer ficar na rua e isso preocupa a gente”, diz.

Como será o ensino integral A secretária municipal de Educação, Vera Hilst afirma que os projetos pedagógicos para implantação do ensino integral em Londrina já estão elaborados. A base da proposta será o ensino regular normal e o contraturno com atividades complementares - música, dança, leitura, atividades esportivas, teatro, inglês, jogos, recreação, xadrez e outros.

De acordo com explicações de Vera Hilst, a criança entrará na escola às 8 e sairá às 17 horas. Nesse período terá quatro horas de ensino regular, uma hora de almoço e descanso, e quatro horas de atividades complementares.

Uma das questões importantes que seria a sobrecarga de trabalho, não parece preocupar professores e diretores. “Os professores receberão horas extras, ou terão dois padrões [dois contratos diferentes]”, afirma o diretor da escola Bento Munhoz da Rocha Neto, de Lerroville, Renilson Nascimento.

Uma experiência que deu certo

Referência em ensino integral, Apucarana levou dois anos reestruturando a Secretaria de Educação para atender o conceito de educação integrada. Só então iniciou a implantação da modalidade de ensino. A pasta foi transformada em Secretaria de Desenvolvimento Humano e abrange além da aprendizagem, saúde, transporte escolar, alimentação e outros aspectos do desenvolvimento humano.

Isso foi necessário, segundo a assessora pedagógica da secretaria, Leila Pryjima, para não incorrerem no risco do atendimento em período integral. “Para isso basta um lugar e deixar a criança nove horas lá. Não é isso que queremos.”

Para ela, o segredo do sucesso do ensino integral é a compreensão desse conceito de educação integrada e a formação continuada dos professores e funcionários. “Nós fizemos uma capacitação antes de começar, não é preciso mais que isso. Mas depois, não paramos mais. O segredo está em unir a teoria e a prática do professor.”

A diretora pedagógica da secretaria, Rute Marquizete Burato acrescenta outro componente importante para o sucesso. “Nós fizemos um pacto da comunidade com a educação integral e hoje temos empresários que participam. Não pode ser apenas a Prefeitura.”

Burato diz que no início do processo os professores e pais também ficaram inseguros e as escolas não tinham a estrutura que têm hoje. “O importante é começar em boas condições e ir adequando as estruturas. Hoje, todas têm as estruturas necessárias.”

Hoje cerca de 11 mil crianças de 1ª a 4ª série estão matriculadas em escolas de ensino integral. Eles são atendidos das 7h30 às 16h30 com aulas regulares mescladas a mais de 30 atividades e projetos interdisciplinares. Apenas duas escolas da rede não fazem parte do programa de ensino integral, como opção para os pais.

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Fonte: Jornal de Londrina
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 27/10/2009 14h31min

Hospital do Câncer de Londrina


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