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Na educaçío, interior bate capitais

Curitiba aparece em primeiro lugar entre as capitais no índice de Desenvolvimento da Educaçío Básica, mas perde para 449 municí­pios menores Cidades pequenas batem as capitais em qualidade em ensino. í‰ o que mostra, de forma geral, a comparaçío do índice de Desenvolvimento da Educaçío Básica (Ideb) entre os municí­pios brasileiros. Curitiba ficou em primeiro lugar entre as capitais, com Ideb de 4,7 (numa escala que varia de zero a dez). Contudo, a capital paranaense vem depois de outros 449 municí­pios menores no ranking geral. Destes, 43 sío do Paraná.

Mesmo bem colocada entre as capitais, Curitiba perdeu feio para municí­pios que nío chegam a ter 3 mil habitantes, como Ivatuba, no Norte do Paraná, com Ideb de 6. A “zebra” foi mais ní­tida em outras capitais brasileiras, que mostraram esse descompasso de forma ainda mais radical. Rio de Janeiro, por exemplo, é a capital com o terceiro melhor desempenho, mas ficou em 1.058º no ranking geral. Sío Paulo é a nona entre as capitais, mas está na 1.342ª posiçío quando comparada aos outros municí­pios brasileiros. Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ficou em 1.962º lugar. (Veja infográfico ao lado)

  • Confira o desempenho no Ideb de cidades paranaenses e capitais de outros estados

“Para 10, ainda faltam 4 pontos”

Uma cidade com apenas 2,7 mil habitantes, no Norte do Paraná, tem qualidade de ensino de primeiro mundo. Ivatuba, localizada a 40 quilômetros ao sul de Maringá, foi avaliada com um índice de Desenvolvimento de Educaçío Básica (Ideb) de 6 (dentre 10 pontos possí­veis), valor considerado pelo Ministério de Educaçío (MEC) como ní­vel de paí­ses desenvolvidos.

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Meta é o í­ndice 6, até 2022

O índice de Desenvolvimento da Educaçío Básica (Ideb) baseia-se na lígica de que o sistema de ensino ideal é aquele em que os estudantes tenham acesso ao ensino, nío desperdicem tempo com repetências, nío abandonem a escola e aprendam. O í­ndice é calculado com base em dois tipos de informaçío: rendimento escolar (aprovaçío, reprovaçío e abandono) do Censo Escolar de Educaçío Básica e desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliaçío da Educaçío Básica (Saeb) e Prova Brasil.

Essa combinaçío entre fluxo e aprendizagem pode variar entre zero e dez. A partir de 6, o sistema educacional é considerado semelhante ao de paí­ses desenvolvidos, segundo o Ministério da Educaçío (MEC). O Ideb do Brasil, hoje, é de 3,8. A meta é que até 2022 (ano do bicentenário da Independência do Brasil) o paí­s atinja Ideb de 6.

O í­ndice avalia a educaçío básica, que compreende a educaçío infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Embora o Ideb seja medido separadamente nos anos iniciais e finais do ensino fundamental e do ensino médio, o í­ndice utilizado pelo MEC para efeitos de comparaçío é o dos anos iniciais do Ensino Fundamental. (TC)

De acordo com especialistas do setor, menos estresse, populaçío mais homogênea, mais envolvimento da comunidade e facilidade de gestío podem explicar esse desempenho dos municí­pios pequenos.“A vida e a organizaçío socioeconômica nas capitais é mais complexa que nas cidades menores. A organizaçío das redes píºblicas de ensino nas capitais é mais complexa. Em grandes cidades, há um contexto de populaçío mais diverso que nas cidades menores”, analisa o diretor de concepções e orientações curriculares da Secretaria de Educaçío Básica do Ministério da Educaçío (MEC), Marcelo Soares Pereira da Silva.

Segundo a secretária municipal de Educaçío de Curitiba, Eleonora Fruet, a falta de homogeneidade pode explicar as dificuldades enfrentadas pelas capitais. “Por mais que se faça investimento, o resultado nem sempre acaba acontecendo. A tendência é que em municí­pios menores existam diferenças menores e o controle seja maior. Em Curitiba, tivemos escolas com Ideb 6,3, mas também com Ideb 3”, explica.

A diretora do curso de Pedagogia da Pontifí­cia Universidade Catílica do Paraná (PUCPR) e doutoranda em educaçío, Maria Sí­lvia Bacila, tem uma opiniío semelhante. “Dentro de Curitiba, escolas centrais acabam tendo o Ideb maior do que de bolsões de pobreza da periferia, o que interfere na soma dos resultados. Cidades menores sem bolsío de pobreza levam vantagem. Mas nío dá para culpar sí a pobreza. Tem outras questões envolvidas, como formaçío de professores, estrutura, gestío, etc”, analisa.

Para a mestre em Educaçío Laura Monte Serrat Barbosa, as relações acabam influenciando mais que o dinheiro nos resultados obtidos. “Ter mais dinheiro nío significa que ele é repassado para a açío educativa. Pode até se ter infra-estrutura, mas nío adianta se nío houver investimento em relações de qualidade, em que as relações de aprendizagem podem acontecer melhor. A aprendizagem acontece numa relaçío mais intimista e nío na massa”, avalia

As diferenças nas relações também foram citadas pela superintendente da Secretaria de Estado de Educaçío, Yvelise Arco-Verde. “Lidar com a educaçío na capital é diferente do que nas escolas do resto do estado, principalmente nos municí­pios menores, em que há um controle social mais intenso, mesmo implí­cito. A capital tende a tornar as pessoas meio invisí­veis”, afirma

De acordo com Yvelise, nos municí­pios menores, as relações profissionais tendem a ser mais intensas, já que professores e diretores de escolas sío conhecidos da comunidade. “Há mais participaçío da comunidade, com os pais cobrando mais”, diz. Contudo, de acordo com ela, a regra nío é geral. “Tenho municí­pios pequenos com í­ndices ruins. Há outros questões envolvidas: fatores histíricos, processos de gestío, entre outros”, explica.

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Fonte: Tudo Paraná
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 10/05/2008 17h43min

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