:Relembre a carreira de Eloísa Mafalda, uma das atrizes mais queridas da TV

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Relembre a carreira de Eloísa Mafalda, uma das atrizes mais queridas da TV

Em “Saramandaia” e “Quem é Você”

O Brasil perdeu nesta quarta-feira (16/05) uma de suas atrizes mais queridas e populares, que, mesmo afastada há quinze anos da profissão, ainda povoava o imaginário popular, por seus inúmeros papeis marcantes na TV. Eloísa Mafalda faleceu aos 93 anos de idade, de causas naturais, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.

A dona de casa alegre, popular, foi um tipo que acompanhou a atriz ao longo de sua carreira, perfeita como mulheres simples, despachadas e simpáticas. Também se destacou como as divertidas beatas com traços de vilania.

Neta de italianos, Mafalda Theotto nasceu em Jundiaí, São Paulo, em 18 de setembro de 1924. O irmão mais velho, Oliveira Neto, que já trabalhava em rádio, a levou para fazer um teste de radio-atriz. Começou atuando nas novelas da Rádio Nacional. Em seguida, com o advento da televisão, foi para a TV Paulista. Quando a recém-inaugurada TV Globo comprou a TV Paulista, Eloísa Mafalda foi contratada. Logo, pode-se afirmar que ela começou junto com a Globo. Estava no elenco de “O Ébrio”, um dos primeiros folhetins da emissora.

Em “Mulheres de Areia” e “O Astro”

Emendando uma novela na outra, Eloísa trabalhou ininterruptamente entre 1964 e 2003: foram 31 novelas (a primeira foi “Tortura D´Alma”, na TV Paulista, em 1964, e a última foi “O Beijo do Vampiro”, na Globo, em 2003), 5 minisséries e 2 seriados, além de participações em vários programas (como “Você Decide”, “Caso Verdade” e “Caso Especial”). Presença constante na tela da Globo, nos acostumamos com sua figura carismática em nossos lares por todas as décadas de 70, 80 e 90. Por causa de seus vários trabalhos em televisão, Eloísa Mafalda pouco pôde se dedicar ao teatro ou cinema.

Mapear a carreira de Eloísa Mafalda é se deparar com uma gama dos mais variados tipos de personagens, tamanha era a versatilidade da atriz. A mulher despachada, alegre, extrovertida foi uma marca. Como a comerciante Manuela em “Mulheres de Areia” (1993) e três outras personagens criadas pela novelista Ivani Ribeiro: Gioconda de “Hipertensão” (1986), Francisquinha de “O Sexo dos Anjos” (1989) e Kitty de “Quem é Você” (1996). A Edith de “Brilhante” (1981), de Gilberto Braga, também entra na categoria da personagem alegre e espalhafatosa.

Com Cassia Kiss e Lucinha Lins em “Roque Santeiro”

A carreira de Eloísa também aparece muito associada à de seu amigo Ary Fontoura. Três vezes formaram um casal na ficção: Zulmira e Apolinário em “Bandeira Dois”, Pombinha e Florindo Abelha em “Roque Santeiro” e Zuleide e Perácio em “Araponga” – curiosamente, três novelas de Dias Gomes. Em “Paraíso”, de Benedito Ruy Barbosa, sua personagem, a beata Mariana, tinha muitas cenas com o Padre Bento (Ary Fontoura). Mariana, por sinal, entra na categoria das carolas, juntamente com Maria Aparadeira de “Saramandaia”, Pombinha de “Roque Santeiro” e Gioconda de “Pedra Sobre Pedra”.

As donas de casa abnegadas e sofridas foram muitas: Socorro em “O Grito”, Consolação em “O Astro”, Zoraide em “Pecado Rasgado”, Adélia em “Champagne” e Guiomar em “Corpo a Corpo”. Ainda as donas de casa mais leves, pendendo para a comédia: Nenê na primeira versão de “A Grande Família”, Joana em “Locomotivas” e Zeni em “Plumas e Paetês”. Em seus últimos papeis, a atriz fez a linha “vovozinha”: Leonor em “Por Amor”, Delfina em “Meu Bem Querer” e Carmem em “O Beijo do Vampiro”.

E ainda as personagens “fora da curva”: a macumbeira Gonzaguinha de “O Bofe”; a cafetina Maria Machadão de “Gabriela”; a secretária solteirona Irene de “Água Viva”; e a delegada Celeste da série “Delegacia de Mulheres”.

Dona Nenê e Lineu (Jorge Dória) em “A Grande Família”

Abaixo, 10 das personagens mais lembradas da atriz na televisão.

Zulmira de “Bandeira Dois” (1971-1972)
Formava um casal divertido com Apolinário (Ary Fontoura), oficial reformado da Marinha. Os dois viviam inventando fantasias sexuais para apimentar o casamento. O autor, Dias Gomes, repaginou esses personagens em “Araponga” (1990-1991), mas com outros nomes: Zuleide e General Perácio.

Dona Nenê de “A Grande Família” (1972-1975)
A apaziguadora matriarca da família Silva. Inesquecível parceria da atriz com Jorge Dória (o marido Lineu), Brandão Filho (o pai Seu Floriano), Djenane Machado/Maria Cristina Nunes, Luiz Armando Queiroz e Osmar Prado (respectivamente os filhos Bebel, Tuco e Júnior), e Paulo Araújo (o genro Agostinho).

Em “O Beijo do Vampiro” e “Gabriela”

Maria Machadão em “Gabriela” (1975)
Um de seus melhores momentos na televisão. Ela era a cafetina do Bataclã, onde se encontravam os poderosos de Ilhéus. Sabia de muitos segredos, alguns comprometedores. A caracterização e interpretação de Eloísa lhe marcaram a carreira.

Maria Aparadeira (“Saramandaia”, 1976)
Beata de Bole-Bole, parteira da cidade – por isso seu nome. Mulher de Seu Cazuza (Rafael de Carvalho), o que soltava o coração pela boca, e mãe de Marcina (Sônia Braga), a que incendiava (literalmente) quando excitada. Marcada pela caracterização: um enorme lenço no alto da cabeça e sempre com um cachimbo no canto da boca.

Dona Consolação em “O Astro” (1977-1978)
Mulher abnegada e sofrida, foi abandonada pelo marido no passado e criou sozinha as três filhas Laura (Ângela Leal), Lili (Elizabeth Savalla) e Luísa (Rejane Marques). Inesquecível a cena em que Consolação foi entregar um bolo de aniversário à filha Lili em seu emprego e descobriu que ela lhe mentia, já que não trabalhava lá.

Com Ary Fontoura em “Bandeira Dois”

Irene em “Água Viva” (1980)
Secretária na clínica do cirurgião plástico Miguel Fragonard (Raul Cortez). Solteirona, vivia para a família: o irmão mais novo Evaldo (Mauro Mendonça), um malandro sustentado por ela, a cunhada Vilma (Aracy Cardoso) e a sobrinha personalística Janete (Lucélia Santos). A novela fazia um contraponto entre Irene, que abdicou de sua vida pessoal pela família, com Janete, de decisões individualistas.

Mariana em “Paraíso” (1982-1983)
Fervorosa beata que acreditava que a filha, Maria Rita (Cristina Mullins), era uma santa. Criou e fomentou o mito ao redor da Santinha, que atraía fiéis ansiosos por uma graça. Seu mundo caiu quando a filha apaixonou-se pelo “Filho do Diabo”, como era conhecido o peão José Eleutério (Kadu Moliterno).

Pombinha Abelha em “Roque Santeiro” (1985-1986)
A primeira dama de Asa Branca, beata fervorosa guardadora da moral e bons costumes da cidade. Principal oponente de Matilde (Yoná Magalhães), dona da boate Sexu´s. Seu submisso marido, o prefeito Florindo (Ary Fontoura), sofria com os rompantes da mulher. Inclusive quando ela descobriu que ele tivera um caso no passado com a vedete Amparito Hernandez (Nélia Paula).

Em “O Sexo dos Anjos” e “Paraíso”

Gioconda em “Hipertensão” (1986-1987)
Despachada, desbocada, extrovertida e alegre. Com um alto astral contagiante, Gioconda só não amolecia o coração duro da irmã Donana (Geórgia Gomide), a quem vivia provocando. Ivani Ribeiro deu a Eloísa duas outras personagens semelhantes: Francisquinha de “O Sexo dos Anjos” (1989-1990) e Kitty de “Quem É Você” (1996, que foi ao ar depois do falecimento da autora).

Gioconda em “Pedra Sobre Pedra” (1992)
O oposto de sua homônima em “Hipertensão”, essa era uma mulher amarga e autoritária. Viúva e beata, mandava na vida dos filhos Ariovaldo (Marco Nanini) e Úrsula (Andrea Beltrão). Ao final, descobre-se que era a assassina de Jorge Tadeu (Fábio Jr.). O fotógrafo a presenciou roubando arte sacra da igreja. Para não ser denunciada, ela matou o retratista, que já era seu desafeto pelo envolvimento dele com a filha Úrsula.

Simpática, carismática, de riso fácil, assim Eloísa Mafalda será sempre lembrada. A atriz estava há quinze anos aposentada. Tinha problemas de memória, já não podia mais atuar, por isso mudou-se para a casa da filha Miriam, em Petrópolis. Longe da TV, já fazia uma falta danada! Mas permanecem em nossa memória suas personagens maravilhosas.

Fotos: Acervo/TV Globo.

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Fonte: Uol
Por: Redação
Data: 17/05/2018 17h18min

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