:Entenda a briga entre taxistas e motoristas do aplicativo Uber

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Entenda a briga entre taxistas e motoristas do aplicativo Uber

Repórter do Fantástico se disfarça de motorista do Uber e é ameaçado de morte por taxista em São Paulo.

Confusão no trânsito. Tudo por causa de um aplicativo para celular. Através dele, você pode chamar um carro, como um táxi. Com um motorista, parecido com um táxi. Só que não é um táxi. Os taxistas de verdade estão reclamando há muito tempo dizendo que é concorrência desleal, que o serviço é ilegal. Fizeram vários protestos e o maior deles foi nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro. O clima está tenso e tem gente querendo partir para a briga.

Taxista: Você é Uber?
Motorista: Não, por quê?
Taxista: É Uber, sim! E o que você está fazendo aqui?
Motorista: Esperando uma pessoa.
Taxista: Esperando uma pessoa na Uber? Sai daqui senão vou quebrar você tudinho. Não aparece aqui, não. Não aparece! E vou falar pra você na boa: Uber aqui não cola, não. Vou quebrar você e o carro. Caminha, já era. O que você vem fazer aqui? Sai e fala pros seus camaradas não aparecer aqui, senão nós vai matar e quebra mesmo.

O motorista ameaçado é na verdade um jornalista do Fantástico que percorreu as ruas de São Paulo dirigindo um carro preto. A cena aconteceu na saída de uma casa noturna, esta semana. Quem fez as ameaças foi um taxista. 

Todo mundo reconhece o gesto de esticar o braço para chamar um táxi. Até algumas décadas atrás essa era a única maneira de se conseguir um táxi. Mas o tempo passou, surgiram as cooperativas e as chamadas por telefone. E mais recentemente os aplicativos que são acessados pelo celular. Um deles está gerando polêmica e uma certa tensão nas ruas.

“Uber” é o nome do aplicativo. Você se cadastra pelo celular e as cobranças das corridas vêm direto no cartão de crédito. Você informa onde está, para onde quer ir e pede o "black car", carro preto em português. E foi só aumentar o número desses carros nas ruas, para que as confusões começassem.

Um episódio aconteceu recentemente na saída de uma festa numa zona nobre do Rio. Taxistas indignados com a concorrência cercaram os motoristas do Uber que estavam ali para buscar os passageiros. Não foi o primeiro.

“Chegaram, desembarcaram e começaram a correr em nossa direção com taco de beisebol, cassetete, gritando: ‘Pirata, pirata, pirata. Vamos tacar fogo’. Chegou perto do meu carro e desferiu um golpe contra a lateral dele. Com a mão. Deu um soco no meu carro”, conta um motorista.

Mas qual a razão de tanta revolta? Os taxistas reclamam da concorrência desleal.

“O cara simplesmente compra um carro, baixa o aplicativo e é taxista. Eles querem o mole, não pagam imposto, não pagam nada”, reclama um taxista.

Os motoristas do Uber dizem que não é bem assim.

“A gente paga IPVA, que o taxista não paga. Eles têm desconto na compra do carro, que a gente não tem”, observa um motorista do Uber.

“Eu comprei um carro caro. Não vejo deslealdade nisso”, afirma Meire.

Meire virou motorista do Uber há menos de dois meses. Antes, nos últimos sete anos, rodou a cidade como taxista.

“Se eles acham que é desleal, melhora o serviço deles para reconquistar os clientes para reconquistar os clientes que eles acham que tão perdendo”, diz Meire.

Ela hoje conquista os passageiros desse jeito: simpatia e alguns mimos, como água.

A exigência nesse serviço já começa pelo carro, que não pode ser qualquer um. Tem que ser um modelo sedan, novo, com bancos de couro, ar condicionado, som. A ideia é que o passageiro aqui dentro viaje com todo o conforto, o que nem sempre se encontra nas ruas.

O Fantástico testou os dois serviços. Fizemos os mesmos trajetos com o Uber e os táxis em pontos turísticos do Rio. No tempo e preço das corridas não houve muita diferença. As do Uber ficaram um pouco mais caras. Do valor de cada corrida do aplicativo, 20% vão para a empresa.

E no quesito conforto? É possível ser bem atendido nos dois serviços. No Uber, após cada corrida o motorista é avaliado pelo passageiro. 

Nos dois serviços, há uma corrida e um passageiro. Mas as exigências para os motoristas são bem diferentes. Para trabalhar, os taxistas precisam de carteira de habilitação especial, seguro para transportar passageiros, têm que fazer um curso preparatório, não podem ter antecedentes criminais e pagam pela licença do carro: os valores podem variar de R$ 5 mil a R$ 180 mil. E ainda há diversos gastos extras com o carro. Já para os motoristas do Uber, não há tanta exigência.

O aplicativo Uber está presente em 59 países e em mais de 250 cidades. A Cidade do México foi a primeira da América Latina a regulamentar o serviço. Os motoristas passaram a pagar taxas anuais. Em Londres, os táxis sofreram com o peso da concorrência.

E em Nova York, os táxis amarelos já são minoria frente aos carros do Uber. O correspondente Helter Duarte conversou com Nelson Nascimento, um brasileiro que trabalha como taxista na cidade.

Fantástico: Você já percebeu que o número de passageiros no táxi diminuiu por causa do Uber?
Nelson Nascimento, taxista: Diminuiu, seguramente diminuiu.
Fantástico: Quanto mais ou menos?
Nelson: Eu diria uns 30%.

“Passou dia 24, se não resolver nada, é tiro, porrada e bomba irmão. E não tem caô, é tacar fogo todo dia num carro deles, irmão”. A frase, atribuída a um taxista, circulou nas redes sociais aqui no Brasil. Dia 24 foi sexta-feira agora, marcada por uma grande manifestação no Rio.

O Uber começou a operar no Brasil, em maio de 2014, em quatro capitais. No Rio e em São Paulo, as prefeituras consideram a prática ilegal. Em Belo Horizonte, o órgão responsável não quis comentar o assunto. Em Brasília, um projeto de lei que regulamenta o serviço espera a sanção do governador.

“Você tem a sua casa. Você não permite que uma pessoa invada a sua casa. Nós temos o nosso espaço de trabalhar, nós não vamos permitir que o outro venha e invada o nosso espaço”, declara Antonio Matias, presidente do Sindicato dos Taxistas de São Paulo.

“É uma coisa nova, uma coisa diferente. É sempre difícil quando a gente tem uma mudança. Que essa mudança seja tranquila”, afirma Guilherme Telles, porta-voz do Uber no Brasil.

Pela lei federal que regulamenta a profissão de taxista, só eles podem fazer o transporte público, individual e remunerado de passageiros. Mas o Uber argumenta que não presta um serviço de transporte público, e sim particular.

“Não há uma definição ainda do judiciário ou do estado brasileiro. Do mesmo jeito que não se pode falar que é ilegal, não se pode falar que é legal. Então todos têm e não têm razão nessa história”, avalia o presidente do Instituto Brasileiro de Direito Digital Frederico Ceroy .

“A livre concorrência entre taxistas e Uber e outros aplicativos que possam surgir é aquilo que o órgão de defesa da concorrência sempre vai defender: colocar o interesse da sociedade e do consumidor brasileiro no centro desse debate”, afirma o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica Vinícius de Carvalho

Um taxista de 71 anos, que trabalha para uma cooperativa no Rio, diz que o inimigo é outro: “O problema do taxista é só a diária. Isso é que tem que acabar. Isso é um absurdo, isso é uma escravidão. Eu pago R$ 200 de diária”.

“Existe um peso muito grande em cima do taxista e um peso muito brando em cima dos aplicativos que fazem esse tipo de transporte. Então o caminho é a gente cria algumas obrigações estatais para esses aplicativos de transporte e ao mesmo tempo tira esses pesos excessivo que existem hoje sob o transporte público”, sugere Frederico Ceroy .

“O zé povinho que está no meio da rua faz sinal e você pega. O Uber não vai atender esse pessoal.  É uma concorrência, eles vão prestar um bom serviço, nós vamos tentar melhorar cada vez mais. Eu não tenho cliente que saia insatisfeito do meu carro”, diz Gilberto Pinto, taxista.

Como utilizar?
Para utilizar o UBER basta fazer dowload no site: https://www.uber.com/pt/

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Fonte: Fantástico
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 27/07/2015 13h26min

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