:Rodrigo Alvim lembra "profeta" R10, Império do Amor e dívida do Fla

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Rodrigo Alvim lembra "profeta" R10, Império do Amor e dívida do Fla

Lateral-esquerdo se muda aos Estados Unidos e pode montar equipe com italianos Maldini e Nesta. Jogador cobra R$ 5 milhões do Flamengo: "São direitos adquiridos"

 

Rodrigo Alvim é um cara de sorte. Sem nunca ter empresário para administrar seus interesses e dono de futebol contestado em muitos momentos de sua carreira, o lateral-esquerdo conquistou dinheiro, fama – quando engatou namoro com a promoter Carol Sampaio – e muitos amigos depois de rodar por grandes clubes do Brasil e da Europa. Uma das amizades provenientes do mundo da bola foi fortalecida no Flamengo, onde o jogador reencontrou Ronaldinho Gaúcho, seu amigo de infância desde os tempos do Grêmio.

De resenha a resenha, principalmente por dividirem o mesmo quarto nas concentrações, Alvim acabou vivenciando um lado do craque ex-Barcelona que poucas pessoas conhecem. Se atualmente Ronaldinho teve passagem sem brilho pelo Fluminense, criticado inclusive pelo seu comportamento apático dentro de campo, no Fla profetizava como seria seu próximo gol com dias de antecedência – e cumpria as promessas.

– Um dos jogos que ficaram marcados foi contra o Santos (no Brasileiro de 2011, vencido pelo Rubro-Negro por 5 a 4). Durante a semana, o Ronaldo treinou bastante as cobranças de falta e me disse que iria bater por baixo da barreira. Eu tinha visto ele fazer isso no Barcelona, mas fiquei achando que era balela. Daí quando ele foi derrubado, eu estava aquecendo atrás do gol e avisei os companheiros: "Ó, ele vai bater por baixo". Eles duvidaram, mas disse que o próprio Ronaldo havia avisado. Não deu outra: gol. Esse jogo não valeu nada, mas não dormimos no hotel a madrugada inteira – relembra.

Outra profecia do "messias" Gaúcho foi no confronto contra o Avaí, no mesmo campeonato de 2011, apenas oito rodadas após a partida diante do Peixe. Alvim revelou que Ronaldinho, também durante um bate-papo na concentração, comentou estar incomodado com o baixo aproveitamento dos companheiros nas bolas alçadas na área dos adversários. Ele tinha um plano para resolver o “problema”.  

– Pouco tempo depois daquele gol de falta, a gente estava no quarto concentrado para o jogo contra o Avaí na Ressacada. E, entre uma conversa e outra sobre a forma de atuarmos, ele me disse: "Poxa, estou cruzando direto na área e ninguém está conseguindo fazer gol. Vou tentar fazer um olímpico". Ele foi lá e fez. Perguntei se ele havia virado profeta, pois tudo que estava me dizendo ele estava cumprindo. Ele é um gênio. O que o povo via na televisão, eu via muito mais nos treinos – afirma.

 R10 faz gol olímpico contra o Avaí, na Ressacada

Do período no Rubro-Negro o lateral ainda teve outros parceiros famosos: Obina, Petkovic, Maldonado, Renato Abreu, Kléberson, Léo Moura, o goleiro Bruno e uma dupla que ficou conhecida como “Império do Amor”, formada por Vagner Love e Adriano, uma das melhores do Brasil, segundo Alvim.

– Nosso time era bom demais, era um grupo forte, unido e brincalhão. Tínhamos o Adriano, que é um cara que tem um coração maior que ele. Todo mundo o ama no Flamengo e pouca gente sabe dos nossos problemas (referindo-se à aposentadoria precoce do atacante). E ainda tinha o Vágner (Love), rápido demais e fora de campo mais parecia uma criança grande. Se não a melhor dupla que vi jogar, foi uma das melhores, sem dúvida alguma – afirma o jogador.

Vida nova nos Estados Unidos  

Desde que deixou o Paysandu, em 2013, Rodrigo Alvim ficou um tempo sem atuar profissionalmente até aceitar o desafio do Miami Dade para disputar a National Adult League (NAL), equivalente à quarta divisão americana. O jogador, na realidade, acabou unindo o útil ao agradável, já que queria acompanhar de perto o andamento de seus negócios na Flórida. Alvim tem uma empresa no segmento de celulares e exportações e se mudou para Miami recentemente com a esposa, Kellen, e a filha Valentina, de três anos.

– Eu não parei de jogar ainda, mas estou focado nos meus negócios nos Estados Unidos. Tenho uma empresa em Miami, a Devices Group, que trabalha com acessórios para celulares. Então, hoje em dia, eu teria que analisar com cuidado qualquer proposta. Talvez eu jogue em outro time dos EUA, o que seria o ideal, pois estou morando lá, comprando apartamento para minha família. É um país sério e de oportunidades – opina.

A possibilidade mencionada pelo jogador é em um clube ainda em fase de formação, que terá dois ex-zagueiros da Azzurra no comando: Paolo Maldini como dirigente e Alessandro Nesta como técnico. O contato com os italianos aconteceu durante a temporada de verão no Dade.  

– Eu os conheci nesse período de três meses em que disputamos o torneio de verão pelo Miami Dade. Fiz muitos contatos e os conheci, então pode ser que surja essa possibilidade de ficar jogando lá. Os EUA têm duas boas ligas, principalmente a MLS, que virou febre. Tem a NASL, do time do Ronaldo Fenômeno (Fort Lauderdale Strikers) também, que é a segunda liga, por assim dizer – explicou.

Carreira e finanças

Grêmio, Caxias, Vila Nova, Paraná, Wolfsburg-ALE, Flamengo, Joinville e Paysandu. Estes foram os clubes por onde Rodrigo Alvim passou ao longo de 13 anos de carreira profissional. Além da experiência marcante no Fla, o jogador lembra com carinho do período na Europa, onde disputou a Liga dos Campeões e a Liga Europa.

– Sou um cara de sorte, pois nunca tive empresário e todos os meus contratos fui eu mesmo quem negociou. Como eu nunca fui craque, tinha que compensar em outros aspectos, e sempre achei que tinha inteligência tática. Destaquei-me no Paraná no ano em que o time foi para a Libertadores, fui para Portugal a pedido do Jorge Jesus, depois cheguei ao Wolfsburg com três anos de contrato e retornei ao Brasil por opção, somente porque era um convite do Flamengo. Isso me seduziu – relembra.

Financeiramente, a estabilidade veio ainda no Velho Continente. Além do salário gordo no clube alemão, Rodrigo ganhava premiações elevadas, que triplicavam quando convertidas para o Real – o Euro àquela altura estava cotado em R$ 3,50 em média. Porém, o lateral afirma que sempre teve os pés no chão quando o assunto são suas finanças.

– Eu tinha um salário muito bom na Alemanha e premiações altas. Lá, a maioria dos atletas têm contrato de produtividade. Então, tudo aconteceu de forma maravilhosa na minha carreira. Cheguei lá com o Euro em R$ 3,50 e quis voltar, mesmo com contrato vigente, porque o Euro estava baixando com a valorização do Real na época. Cheguei ao Flamengo e também fui muito feliz. Era um sonho jogar ali, no Maracanã, torcida, pressão... Mas no final tive um problema – adianta.   

O jogador cobra do Flamengo na Justiça a quantia de R$ 5 milhões, segundo ele, pelo não cumprimento de seus direitos trabalhistas, incluindo Fundo de Garantia (FGTS). Ainda neste mês de outubro, Alvim e a atual diretoria rubro-negra devem sentar em frente ao juiz para o que pode ser a última audiência entre as partes.   

– Era uma fase de transição de uma presidência para outra. Tive uma reunião na época e nem cheguei a apresentar os valores. Não se mostraram interessados. Nunca quis acionar a Justiça contra o Flamengo, mas preciso defender meus direitos, até mesmo garantir uma aposentadoria para minha família. Essa nova diretoria tentou um acordo, mas não foi possível. Estou confiante, pois são direitos adquiridos – disse.

*Colaborou Pedro Cruz, repórter.

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Fonte: Globo Esporte
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 02/10/2015 18h12min

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