:Tardelli decide em noite de olhar apaixonado pela massa atleticana

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Tardelli decide em noite de olhar apaixonado pela massa atleticana

Herói do título da Copa do Brasil fica encantado com cantoria durante hino nacional: "Nossa minoria fez mais barulho. Chegaram no nosso salão de festas e fizeram festa"

Há quem diga que a forma mais genuína de demonstrar amor é através do olhar. Se for verdade, a torcida do Atlético-MG pode ter certeza: Diego Tardelli é completamente apaixonado por ela. A relação vai além dos gols, vai além da entrega em campo, vai além até mesmo do heroísmo na decisão da Copa do Brasil. O camisa 9 do Galo já estava fascinado pela massa antes mesmo de a bola rolar. Durante a execução do hino nacional, não conseguiu esconder o encantamento com o barulho que os pouco menos de 2 mil atleticanos faziam no Mineirão e sorriu seduzido. A declaração veio aos 47 do primeiro tempo, em cabeçada fatal diante de Fábio, como quem diz: "Eu te amo, torcida campeã!".

Tardelli admira torcida atleticana com olhar apaixonado durante o hino (Foto: Carlos Mota)

O relacionamento é antigo, já dura seis anos, mas o caso entre Diego Tardelli e a massa atleticana é daqueles de quem se conquista a cada dia, quem não perde a oportunidade de demonstrar amor. A cena antes do início do jogo é emblemática. Com os jogadores perfilados, os quase 40 mil cruzeirenses cantavam alto, tentavam de todo jeito devolver a pressão que o rival exercera no Horto. Ao menos com Tardelli, não deu certo. O camisa 9 estava surdo para tudo que saísse da garganta de quem não vestia preto e branco. De braços para trás, olhou para a arquibancada, sorriu e falou algo para Leandro Donizete, que vinha logo atrás. Na sequência, Luan ouviu e retrucou também sorridente.

- Vieram poucos torcedores, mas calaram a torcida do Cruzeiro. Foi engraçado, e falei isso com o Tardelli - disse Luan após o jogo.

Tardelli, Leandro Donizete e Luan comentam postura da torcida do Galo durante o hino nacional  (Foto: Carlos Mota)

 

 

 

 

Pronto. Na noite de quarta-feira, Diego Tardelli já estava, mais uma vez, conquistado. Faltava agora dar sua contrapartida neste caso de amor. Com 114 gols marcados com a camisa atleticana, não era difícil imaginar o melhor carinho possível para seus pares. Mesmo com a vantagem do jogo da ida, o Galo se mandava para o ataque e, quase sempre, puxado por Tardelli. Veloz e caindo pelos lados do campo, o atacante era a figura principal de um quarteto insaciável - ao lado de Luan, Dátolo e Carlos. O protagonismo daquela noite, porém, era dele, tinha que ser dele. O coração batia mais forte depois daquela olhadinha, e contra o Cruzeiro costuma ser assim.  

A primeira boa chance surgiu aos 12, mas o chute de primeira no rebote parou na rede pelo lado de fora. Trinta minutos depois, o atacante virou garçom e deixou Maicossuel na frente de Fábio. Mais uma vez, o gol ficou no quase. Aos 47, não teve jeito. Cruzamento de Dátolo, desatenção de Henrique, e gol de Tardelli. Livre, na pequena área, uma cabeçada firme para o fundo das redes. Ainda havia todo o segundo tempo pela frente, mas dava para suspeitar que seria o gol do título. Foi o gol de um carrasco, que marcou seu nono gol em clássicos.

Uma campanha tão marcante, com viradas sensacionais e vitórias sobre os inimigos Flamengo e Cruzeiro, não poderia terminar sem gol de Tardelli. O atacante entrou em campo zerado na Copa do Brasil, como se tivesse deixado para balançar a rede exatamente no momento que o colocaria na eternidade. Na semana da decisão, chegou a dizer que o título sobre o principal rival teria peso maior do que a Libertadores. Tardelli tinha consigo mesmo a obrigação de não passar em branco.  

 Eram 30 mil e não sei quantos do Cruzeiro, e nossa minoria fez mais barulho. Nossa torcida é fantástica. Eles chegaram aqui no nosso salão de festas e fizeram a festa
Diego Tardelli, apaixonado pelo Galo

No segundo tempo, foi ao seu limite. Com a larga vantagem, tratou de segurar a bola no campo de ataque, partir para cima dos zagueiros e catimbar quando necessário. Estava tão confiante que ousou até cobrar faltas. Dátolo e Rafael Carioca pararam na bola, conversaram baixinho, até que Tardelli chegou imponente: "Deixa que eu bato". O chute parou na barreira. A essa altura, as câimbras já incomodavam. Em uma cobrança de escanteio, abraçou a trave e alongou a panturrilha uma, duas, três vezes. Antes de a bola ser alçada na área, olhou feio para o árbitro auxiliar reclamando de agarrão de Willian Farias. As pernas pareciam já não obedecer mais.  

Herói, Tardelli vai ao limite físico e decide Copa do Brasil para o Atlético-MGo (Foto: Editoria de Arte)

Após cada arrancada mais forte, era só a bola dar uma parada para Tardelli desabar no chão. Os músculos estavam no limite, mas ele não queria sair, queria viver cada segundo daquela que talvez tenha sido a noite mais marcante do seu casamento com o Galo. A expulsão de Leandro Donizete, entretanto, deixou Levir sem opção. Foi até melhor. Ao deixar o gramado para dar lugar a Eduardo, o camisa 9 foi ovacionado pela pequena e barulhenta massa. Os gritos de incentivo que o encantaram quase 90 minutos antes, agora tinham seu nome: "Taaaaar-deeeeel-liiii! Gol! Gol". Nessa hora, deve ter pensado: "Eles também me amam", como se fosse possível duvidar.

Ao apito final, a reação era inevitável: correr para aquele lado que ele tanto tinha olhado e abraçar a massa. O que passou pela cabeça durante o hino nacional, ele mesmo conta:  

- Eram 30 mil e não sei quantos do Cruzeiro, e nossa minoria fez mais barulho. Nossa torcida é fantástica. Eles chegaram aqui no nosso salão de festas e fizeram a festa.  

A Copa do Brasil foi o quinto título de Diego Tardelli desde que se apaixonou pela primeira vez pelo Atlético-MG. Depois de dois estaduais, uma Libertadores e uma Recopa, era necessário uma conquista nacional. E o atacante não tem dúvidas em afirmar que esta foi incontestável.

- Nossa trajetória foi maravilhosa, desde o primeiro jogo até a final. Sempre nos superamos, nos motivamos, tivemos o espírito de cada jogo. Revertemos situações que para muita gente eram impossíveis, mas não para o Atlético-MG. Para o Atlético-MG, o impossível não existe nunca. O que apresentamos foi bonito. O time se doando, se entregando na marcação. Foi assim a Copa do Brasil inteira. Se tinha um time que merecia essa Copa do Brasil, era o Atlético-MG.

Merecido. Assim como Diego Tardelli e a torcida do Atlético-MG se merecem. O caso de amor entre eles não deixa a menor dúvida disso, está claro no olhar.

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Fonte: Agência Estado
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 27/11/2014 14h02min

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