:Arara-canindé vítima do tráfico é vista com filhote a 50 km de onde foi salva por projeto em 2018

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Arara-canindé vítima do tráfico é vista com filhote a 50 km de onde foi salva por projeto em 2018

Arara-canindé vítima do tráfico é vista com filhote a 50 km de onde foi salva por projeto em 2018

Animal recuperado por CRAS Pró-Arara partiu de Araras para Ipeúna, no interior de São Paulo.

Registro das araras-canindé permitiu consolidar a ideia de que os animais estão recolonizando a região graças ao trabalho ligado ao Instituto Brasileiro de Proteção à Natureza — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Registro das araras-canindé permitiu consolidar a ideia de que os animais estão recolonizando a região graças ao trabalho ligado ao Instituto Brasileiro de Proteção à Natureza — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

A visita de duas araras-canindé à cidade Ipeúna (SP) logo se tornou um evento. Não é estranho pensar que a aparição das aves no município, com pouco mais de sete mil habitantes, causaria alvoroço. Mas, diante das lentes do administrador de empresas e observador de natureza, Tadeu Fischer, a chegada delas não ficou apenas no boato e as fotos permitiram ainda conhecer detalhes do passado dessas visitantes.

Os comentários sobre a aparição das aves em Ipeúna já rodavam quando, um dia pela manhã, Tadeu avistou a dupla em uma árvore. “De início achei que fossem um casal. Nesse momento, segui toda a trajetória delas e continuei por vários dias. Pelas cores, deu pra saber que eram araras-canindé. A identificação de que era mãe e filhote veio um tempo depois analisando as fotos”, afirma.

Imagem mostra momento em que o filhote da arara-canindé arrisca voar entre algumas árvores e ainda testa a manobra de pouso em um galho seco — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Imagem mostra momento em que o filhote da arara-canindé arrisca voar entre algumas árvores e ainda testa a manobra de pouso em um galho seco — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

O tamanho do corpo, das penas e até mesmo o comportamento das aves foram as pistas para desvendar a relação de parentesco. Mas em meio à alegria e satisfação de admirar a família livre na natureza, o observador percebeu que os 300 registros das araras guardavam surpresas. “A presença da anilha foi constatada durante o processamento das fotos. A partir dessa evidência da anilha, foram analisadas todas as fotos, sendo que uma delas deu para identificar as letras através da ampliação e tratamento da imagem”, conta.

Em busca das respostas sobre a origem das aves Fischer entrou em contato com o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) Pró-Arara, de Araras, e com o biólogo Fernando Magnani, que há mais de 15 anos atua com projetos de recuperação de biodiversidade no estado de São Paulo. Ligados ao Instituto Brasileiro de Proteção à Natureza, eles são responsáveis pelo trabalho de reabilitação, treinamento e soltura de forma branda na natureza de animais resgatados vítimas do tráfico e dos maus-tratos.

Observador flagrou a arara-canindé adulta voando, onde se vê a anilha; foto iniciou a pesquisa da origem do animal — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Observador flagrou a arara-canindé adulta voando, onde se vê a anilha; foto iniciou a pesquisa da origem do animal — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

A arara avistada em Ipeúna e fotografada por Tadeu fazia parte dessa história. “Vimos um princípio de numeração de anilha e, por conta desses números, soubemos o fato mais relevante: a arara era proveniente do tráfico, havia sido resgatada e reabilitada, foi solta em 2018 e agora vivia livre na cidade”, conta Magnani.

Por mais de 100 anos, as araras-canindé foram consideradas extintas no município de Araras, realidade que só mudou com as ações dos pesquisadores do CRAS em 2015
Mãe e filhote de arara-canindé se distinguem por detalhes de coloração da plumagem; foto ainda destaca entre as aves uma pena branca que saiu delas — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Mãe e filhote de arara-canindé se distinguem por detalhes de coloração da plumagem; foto ainda destaca entre as aves uma pena branca que saiu delas — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

A presença da ave em Ipeúna indica que o animal já percorreu 50 km desde o ponto onde foi solto originalmente, uma distância comum para indivíduos dessa família que pela capacidade e resistência de voo naturalmente se deslocam voando por muitas áreas muito distantes. Além disso, o registro também atesta a existência do filhote, algo extremamente animador para o projeto.

“Esse animal, depois de passar tudo o que passou (de ser retirado da natureza ainda filhote, separado dos pais, de viver em cativeiro por vários anos), soube a voltar à natureza e entender exatamente o que fazer: procurar um parceiro, um local seguro para o ninho, ter um filhote e continuar os cuidados com ele”, destaca o biólogo Fernando Magnani.

Das "broncas" às carícias, observador flagrou a relação entre o adulto e o filhote de arara-canindé — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Das "broncas" às carícias, observador flagrou a relação entre o adulto e o filhote de arara-canindé — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

A captura dessa imagem tem duas finalidades importantes: a educação da população sobre a importância de conservar o ambiente ou tentar recuperá-lo e a recompensa pelo trabalho do projeto de receber o animal, fazer a aclimatação e o treinamento para a vida na natureza — Fernando Magnani (biólogo)

Fischer também nutre a alegria e satisfação de poder consolidar o resultado dos trabalhos envolvendo as araras com suas fotos. “Vejo a fotografia como uma forma de evidenciar uma situação ou um resultado para facilitar análises e planejamentos. Talvez o mais importante é a motivação de evoluir no trabalho futuro, tanto do fotógrafo quanto da área de pesquisa que cuida e reintroduz as araras na natureza”, afirma.

Veja mais imagens:

Arara-canindé é conhecida também como arara-de-barriga-amarela, arara-amarela e ara-arauna — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Arara-canindé é conhecida também como arara-de-barriga-amarela, arara-amarela e ara-arauna — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Detalhe da anilha na segunda foto com base na ampliação e tratamento da primeira imagem; arara-canindé estava a 25 metros do observador — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Detalhe da anilha na segunda foto com base na ampliação e tratamento da primeira imagem; arara-canindé estava a 25 metros do observador — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Fotos mostram o convívio de mãe e filhote da arara-canindé na passagem pela cidade de Ipeúna (SP) — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

Fotos mostram o convívio de mãe e filhote da arara-canindé na passagem pela cidade de Ipeúna (SP) — Foto: Tadeu Fischer/Acervo Pessoal

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Fonte: G1
Por: Redação
Data: 26/03/2021 15h25min

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