:Campus da UTFPR em Cornélio completa 25 anos

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Campus da UTFPR em Cornélio completa 25 anos

Instituição que começou com dois cursos técnicos hoje oferta oito graduações, além de mestrados e doutorados

Instituição tem cerca de 2,7 mil estudantes e oferta ensino de qualidade

Cornélio Procópio – O dia 17 de abril de 1993 é um marco para a história do município de Cornélio Procópio. Nesta data foi inaugurado o campus do antigo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET), ofertando segundo grau integrado a cursos técnicos de Mecânica e Eletrotécnica. Poucos imaginariam na época que, 25 anos depois, a instituição seria uma universidade tecnológica renomada (única no Brasil), com seis cursos de engenharia, graduação em tecnologia e matemática, além de mestrados e doutorados nestas áreas, com conceitos elevados junto ao Ministério da Educação, atraindo 3 mil estudantes de todo o Brasil.

"Mais do que elevar o nome de Cornélio para todo o país por ter uma instituição de ensino de qualidade, a UTFPR mudou o perfil socioeconômico da cidade. Foi ali que iniciou o polo educacional que temos hoje", conta Hermes Fonseca, prefeito entre 1983 e 1988, que deu início à implantação do CEFET na cidade. "Era um domingo de março de 1986. Eu estava em casa vendo tv, quando o Ministro da Educação Jorge Bornhousen anunciou 200 escolas técnicas para o país. No outro dia pela manhã mandamos um telegrama mostrando interesse. Enviamos pessoas para Brasília, eu mesmo fui algumas vezes, para as tratativas políticas. O ministro incumbiu o CEFET de Curitiba para escolher as unidades do Paraná. Recebemos o reitor, e conseguimos acertar o atual terreno para doar para União". Conforme o ex-prefeito, havia uma demanda da comunidade por maior industrialização da região. "Mas para atrair empresas precisávamos de mão-de-obra qualificada. Tínhamos algumas indústrias, que nos apoiaram bastante no projeto, pois também necessitavam desses trabalhadores".

Rubia Pimenta



As obras iniciaram em 1987 e foram concluídas em 1992. Em 1993 foram ofertados os cursos técnicos e em 1999 houve a implantação dos tecnólogos (nível superior, com duração de três anos). O ex-aluno Paulo Cesar de Souza, 53 anos, estudou na 1a turma do técnico em Mecânica, e posteriormente na 1a turma de Tecnologia em Mecânica. Atualmente é supervisor da área de Manutenção da Iguaçu Café Solúvel. "Meu pai é soldador. Quando entrei no CEFET eu era torneiro mecânico, vim do chão da fábrica. Era casado, com filhos e trabalhava o dia todo. Não foi fácil, pois todos na cidade sabem da fama da instituição: os estudos são puxados, os professores são bons, porém rígidos, a disciplina era rigorosa, não podia andar sem crachá, guarda-pó, nem encostar no corrimão. Organização quase militar, tudo muito limpo, nem parecia escola pública. Mas ao mesmo tempo as pessoas eram boas. Quase desisti dos estudos por não ter dinheiro para comprar o material, que era caro, mas consegui por meio da equipe de assistência social do CEFET. Apesar das dificuldades, concluí os cursos, e isso fez toda a diferença na minha vida. Sem essa formação não teria conseguido promoção para o setor de engenharia da empresa, dando melhor condição à minha família".

Rubia Pimenta

Paulo Cesar de Souza



UNIVERSIDADE

O professor doutor Paulo César Moselli, engenheiro mecânico, fez parte do primeiro quadro de professores da instituição, contratado em 1993. Lecionou para o técnico e atualmente dá aulas sobre soldagem para a engenharia. Em 2005, quando o CEFET-PR se transformou em Universidade Tecnológica Federal, ele era diretor de Graduação em Cornélio Procópio e acompanhou a mudança. "Os tecnólogos foram importantes para fazer a preparação para as engenharias. Assim, quando houve a transição, nós já estávamos prontos, foi uma mudança natural".

Com a aprovação da lei que instituiu a UTFPR, o campus recebeu verbas para construção de blocos, ampliação de laboratórios e contratação de professores e servidores. "Nós triplicamos de tamanho em poucos anos e entramos numa nova fase", lembra o professor Márcio Jacometti, presente na instituição desde 1996. Segundo ele, posteriormente a universidade seguiu passos que são próprios de sua cultura. "Um dos principais valores, desde a época do CEFET, é a verticalização do ensino. Assim, com a implantação da universidade, foi investido em pesquisa, extensão, e os cursos de pós-graduação vieram complementarmente".

Rubia Pimenta

Professor doutor Paulo César Moselli



MULTICULTURAL

O processo seletivo por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) facilitou a entrada de pessoas de estados distantes. A auxiliar de enfermagem Solange Bitonti Tizziani, servidora da instituição desde 1993, conta que houve uma mudança no perfil dos alunos. "Antes eram pessoas da região, agora temos de todo Brasil, cada um com sotaque e cultura diferentes". Por isso a universidade teve que criar mecanismos de integração. "Existem grupos de estudo de cultura africana, de apoio a mulheres, homossexuais, setores ligados à promoção do lazer, eventos. Em função da diversidade interna, criou-se uma valorização ao respeito às diferenças", conta.

Rubia Pimenta



Segundo ela, o grande diferencial de trabalhar numa instituição como a UTFPR é o incentivo ao aprimoramento. "Hoje mais de 95% dos servidores possuem graduação, mesmo os que não precisam deste requisito. É também uma instituição que abre portas. Eu sou da área de saúde, mas fiz graduação e pós em gestão pública, e assim consegui atuar em outras áreas, como ouvidoria, núcleo de atendimento a alunos, etc. É um lugar que não te limita, e permite explorar a potencialidade de cada um. O incentivo ao estudo é constante, e o convívio com pessoas elevadas culturamente nos faz evoluir constantemente", frisa.

Rúbia Pimenta

Márcio Jacometti, diretor do campus: planos para implantar mais dois cursos



PRATAS DA CASA

A UTFPR possui alunos de destaque em todo o Brasil. Entre eles dois casos destacam-se: o do procopense Rodrigo Duarte, 36 anos, proprietário de uma inovadora indústria de produção de energia por meio de recursos renováveis, em Curitiba, e o de Jeison Arenharte de Bastiani, 36 anos, que veio de Foz do Iguaçu para estudar Informática em Cornélio, e hoje é dono de uma empresa de tecnologia na cidade, com 80 funcionários.

Duarte fez o técnico em Mecânica, concluído em 1999, e em seguida fez Engenharia Mecânica no CEFET de Curitiba. "Sempre quis empreender, desde a graduação já tinha empresa. Esse espírito foi incentivado desde o técnico", lembra. Atualmente ele é sócio-proprietário da Solidda, que fabrica turbinas a vapor usadas em projetos de termoelétrica para indústrias, que geram energia por meio de resíduos renováveis. "Já implantamos em empresas de madeira, laticínio, têxtil. Em uma fazenda no Mato Grosso conseguimos gerar energia com os dejetos de suínos. A intenção é permitir que com seus resíduos, a empresa produza energia e fique autossuficiente, ao mesmo tempo em que soluciona problemas ambientais".

Este ano, Duarte está implementando mais uma ideia inovadora: uma ecocooperativa. "É um compartilhamento de energia renovável. As pessoas podem comprar uma cota da cooperativa, assim, toda poda de árvore de Curitiba, dejetos varridos, geram biomassa que se transformam em energia elétrica, disponibilizada na rede da Copel. Quem for cooperado tem desconto de até 30% na fatura". A ideia transformou Duarte em referência sobre energia renovável, realizando palestras e aulas em diversos estados.

INCUBADORA

Outro caso de sucesso é a Forlogic, fundada por Jeison Arenharte de Bastiani, com mil m2 de área na Vila Seugling, em Cornélio Procópio. A empresa, de arquitetura moderna, no estilo das arrojadas firmas de tecnologia, vende software de metrologia e gestão para todo o país. O projeto foi um dos pioneiros da Incubadora Tecnológica da UTFPR. "Eu quis ser empresário. Iniciamos com um projeto dentro da incubadora, e com a orientação que obtivemos lá dentro sobre pesquisa de mercado, administração, nos direcionamos para este ramo e deu certo". Com 14 anos, a empresa vem crescendo 30% anualmente. Grande parte dos funcionários são estudantes ou egressos da UTFPR.


Jeison Arenharte de Bastiani



Conforme Bastiani, Cornélio hoje possui recursos humanos necessários para empresas de tecnologia. "Quem tiver uma boa ideia na área deve aproveitar a incubadora, é um excelente meio para se desenvolver". Para os dois empresários, a Incubadora é um exemplo do espírito empreendedor que permeia a UTFPR. "A instituição me ensinou a inovar, usar a criatividade, e não ficar apenas com o que aparece. Sempre busquei novidades, e posso dizer que fui incentivado por professores que me deram aula no curso técnico. A graduação só consolidou o que já havia sido formado no Cefet de Cornélio", reforça Duarte.

UTFPR projeta criação de novos cursos

Uma das prioridades atuais do campus de Cornélio Procópio é a consolidação dos últimos dois cursos de graduação criados: Engenharia de Software e Engenharia Eletrônica. Há também projetos para implantar os cursos de Física e Engenharia Civil.

Conforme o diretor Márcio Jacometti, dois blocos estão sendo finalizados: o "R" abrigará biblioteca, sala de professores, mini-auditórios e laboratórios para Engenharia de Software, e o "S" será voltado para a Engenharia Eletrônica. Futuramente, a diretoria planeja erguer o bloco T, para onde migrará todo o curso de Computação.

Outro projeto é implantação da graduação em Física. "Pelo estudo seria a mais fácil de ser criada, pois temos a infraestrutura. Seriam necessários mais 15 professores". Também há demanda pela Engenharia Civil. "Recebemos pedidos da comunidade, mas este seria um curso que necessitaria de maior investimento em laboratórios e pessoal. Está no nosso Plano de Desenvolvimento Institucional".

Entre os projetos de pesquisa a serem implantados, o diretor ressalta uma parceria com a Copel para estudos em energia solar. Será investido R$ 200 mil no campus para criar um laboratório de medição do potencial energético local. "Temos um grupo de pesquisa na universidade trabalhando com isso. O laboratório deve ser implantado em breve e o objetivo é desenvolver energia elétrica para o campus, trazendo grande economia".

Sobre o prédio do antigo Instituto Brasileiro do Café, localizado na saída para Londrina, cedido à UTFPR, o diretor afirma que até maio será aberto um edital onde poderão ser ofertadas ideias a serem desenvolvidas no local. "Inicialmente planejávamos levar o curso de Engenharia Mecânica para lá, mas diante da crise econômica, o projeto não evoluiu. Pretendemos lançar esse edital e fazer parcerias com a Prefeitura, incubação de empresas de variados setores, Sebrae e outras faculdades da região, para que todos possam aproveitar o espaço, desenvolvendo a região".

TRANSPARÊNCIA

Após os escândalos de corrupção envolvendo a instituição nos últimos anos, Jacometti reforça que o objetivo da atual direção é "colocar a casa em ordem. "A situação foi saneada com a demissão dos envolvidos. Agora nosso objetivo é trabalhar com a máxima transparência, ampliando a gestão democrática, com maior participação de alunos, servidores e comunidade".
O professor Paulo Moselli, que assumiu a direção do campus entre 2015 e 2017, após o afastamento de Devanil Francisco, acredita que o nome da instituição não será comprometido por atos isolados. "Além do crescimento econômico que a instituição promoveu na região, há o ganho humano de ser um dos principais centros do país de formação de trabalhadores em tecnologia. Somos uma instituição de pessoas comprometidas. Atos disjuntos não sombreiam o trabalho que muitas pessoas levaram a sério por anos".

PARQUE TECNOLÓGICO

O edital para a construção da primeira etapa do Parque Tecnológico, lançado em março, foi anulado e deve ser divulgado em agosto. "Verificamos problemas na parte lógica, e por precaução realizaremos melhorias", explica Jacometti. O projeto prevê a construção do setor administrativo do Parque, com 1.850 m2, e investimento de R$ 7 milhões em três anos.
Para o prefeito Amin Hannouche, o Parque Tecnológico marca a terceira fase de desenvolvimento da UTFPR. "O Parque trará um novo marco também para Cornélio Procópio, possibilitando a vinda e desenvolvimento de empresas de tecnologia, com valor agregado. Diante de todos os benefícios econômicos e referenciais, por ser uma instituição de qualidade reconhecida nacionalmente, a UTFPR é um orgulho na vida de todos os procopenses".

UTFPR de Cornélio Procópio

- 91 Técnicos Administrativos
- 216 docentes
- 2886 alunos, sendo 2730 de graduação
- 338 vagas de graduação em 2018
- 89 vagas em cursos de mestrado e doutorado em 2018
Fonte: Campus da UTFPR – Cornélio Procópio

Avaliação das graduações e pós-graduações (mestrado e doutorado)

- Engenharia Eletrônica – Conceito 5
- Engenharia de Controle e Automação - Conceito 4
- Engenharia Elétrica - Conceito 4
- Licenciatura em Matemática - Conceito 4
- Engenharia da Computação - Conceito 4
- Engenharia Mecânica - Conceito 4
- Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas - Conceito "A"
- Engenharia de Software – Ainda não recebeu visita do MEC
- Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica - conceito 3
- Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica - conceito 4
- Programa de Pós-Graduação Associado em Engenharia Elétrica - conceito 4
- Programa de Pós-Graduação em Informática – conceito 3
- Programa de Pós-Graduação em Bioinformática – conceito 3
- Programa de Pós-Graduação em Matemática em Rede Nacional - conceito 5
- Programa de Pós-Graduação em Ensino de Matemática – conceito 3

Fonte: Ministério da Educação (MEC). As avaliações vão de 0 a 5, sendo 5 a nota máxima concedida pelo MEC.

-Especializações (Latu Sensu)
- MBA – Gestão Estratégica da Produção
- Programação de Jogos Digitais
- Engenharia de Segurança do Trabalho
- Rede de Computadores: Projeto e Implementação
- Tecnologia JAVA

Fonte: Campus da UTFPR em Cornélio Procópio

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Fonte: Folha de Londrina
Por: Rúbia Pimenta
Data: 11/04/2018 12h41min

Hospital do Câncer de Londrina


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