:SEGURANÇA PÚBLICA Presença da PM no Campus da UEL divide opiniões

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SEGURANÇA PÚBLICA Presença da PM no Campus da UEL divide opiniões

Segurança Pública, segundo o especialista em "Segurança Pública e Polícia", Nilson Giraldi, em texto publicado no site da PM do Paraná, é "tudo aquilo que tem como objetivo ou finalidade dar segurança ao cidadão" e que se engana quem acha que é unicamente uma questão de polícia. "Iluminação pública; sinalização de ruas, avenidas e estradas; transformação de bairros problemáticos em bairros educadores" são exemplos de medidas a serem tomadas para tornar os espaços mais seguros.

Debates sobre a segurança na UEL (Universidade Estadual de Londrina) são antigos. Desde, pelo menos, 2006, quando o então reitor Wilmar Marçal lançou, com a Divisão de Segurança do Campus, um plano de segurança para aperfeiçoar esse ponto na universidade, se discutem medidas para tornar o campus universitário mais seguro.

As ações do plano propunham uma maior ostensividade dos vigias e veículos utilizados pela segurança, instalação de câmeras de melhor qualidade e sistemas de vídeo vigia, melhorar a iluminação em estacionamentos e a aquisição de novos veículos. Duas delas, entretanto, causaram debates entre a comunidade universitária. A primeira era a ideia de construir pilaretes em volta do campus e a segunda era a autorização para que as polícias Militar, Civil e Federal agissem dentro da UEL.

Por definição, a UEL é uma autarquia, o que significa que não é atribuição constitucional da PM fazer a segurança dela. A segurança de autarquias, que são desde universidades até prédios de bancos, deve ser organizada e paga pela própria instituição e, portanto, é responsabilidade dela própria. A segurança do Banco do Brasil, por exemplo, não é feita pela PM. A diferença, segundo o professor do Departamento de Ciências Sociais da UEL, Eliel Machado, é que os campi de universidades públicas, principalmente, "são muito extensos e contam com vias internas". "Eles lembram a organização urbana de uma cidade e, por isso, as pessoas acham que a segurança é responsabilidade da PM", acrescenta.

Os responsáveis pela segurança da UEL são os seguranças patrimoniais. O número ideal é de 158 - sem levar em conta o HU (Hospital Universitário) -, mas, hoje, o contingente é de apenas 129. O déficit é de 29 funcionários, ou seja, 22% - número próximo à falta de funcionários de toda a universidade. Não há previsão de contratação deles. Apesar dessa divisão de funções, a PM sempre pode entrar nas autarquias para atuar contra crimes que estejam em andamento ou quando acionadas pela responsável pela instituição, no caso da UEL, a reitora.

ATUAÇÃO

Essa ausência de funcionários, aliada ao crescimento da população universitária, fez com que, segundo o prefeito do Campus, Dari de Oliveira Toginho Filho, as estratégias de segurança tivessem que ser mudadas. Desde 2015-2016, os seguranças deixaram de ficar em postos fixos e passaram a se locomover pelas vias da UEL (o local tem cerca 235 hectares de extensão, ou seja, 235 campos de futebol) utilizando as quatro motos e os dois carros que a universidade dispõem para isso.

 

 



De acordo com Toginho Filho, a segurança naquele espaço envolve quatro frentes de atuação. A primeira é essa mudança com relação aos seguranças patrimoniais; a segunda mudança foi o investimento em tecnologia. "Sistema de monitoramento e acompanhando por câmeras, aparelhos que busquem ângulos distantes e possam se mover e outras que fiquem fixas e tenham boa resolução", explica o prefeito. A outra parte que envolve tecnologia ainda não foi implantada por um problema constante que afeta as universidades: a falta de recursos. Esse sistema seria usado para monitorar quem entra e quem sai na universidade, assim como os horários, mas o investimento é alto e ainda não foi realizado.

As outras duas ações envolvem os órgãos públicos de seguranças, como a polícia, já que a UEL tem "outro patrimônio: as pessoas". Dari disse que algumas ações da PM já são feitas dentro da UEL há cerca de um ano, como o monitoramento de vias internas e externas. Agora a ideia é tornar essa atuação "natural". Ele disse que essa ação seria feita pelo 5º Batalhão da PM e que eles têm uma "formação forte na linha de direitos humanos" e que a universidade poderia fornecer cursos de formação nessas áreas para garantir uma atuação condizente com aquele ambiente. Apesar disso, não é possível garantir que todos os policiais que atuarão naquele espaço terão essa formação - "é preciso estreitar essa relação" para garantir uma boa-atuação deles na UEL, segundo o prefeito. O professor Eliel Machado, entretanto, discorda que seja possível "humanizar um aparelho de repressão".

"A UEL precisa desse apoio", explica Toginho Filho, antes de dizer que houve 39 ocorrências (que são feitas internamente e reportadas pela própria instituição) até a primeira quinzena de outubro e outras 11 entre a segunda quinzena do mesmo mês e a primeira de novembro - justamente no período, segundo ele, em que a "PM teve problema com pessoal e viaturas e não pode fazer esse trabalho". Após o retorno dele, "esse número praticamente zerou".

A última das estratégias é o "fator psicológico". Na opinião do prefeito, o simples fato de haver uma ideia de que a "universidade é um lugar onde a polícia não pode entrar", já a torna mais propensa aos crimes.

PM no Campus

Assim como a segurança pública é um problema de Londrina, também é um da UEL. "A gente não tem como zerar as ocorrência", admite o prefeito do campus, mas diz que é preciso reduzir ao máximo.

Eliel Machado explica que é contra a entrada da polícia no campus, apesar dela já estar lá dentro, pela forma como é organizada e como atua. "Funciona e atua como as forças armadas, através de uma lógica de inimigo interno, que podem ser os movimentos sociais, por exemplo".

Em 2007, as americanas Kathryn Sikkink e Carrie Booth Walling publicaram o estudo "The Impact of Human Rights Trials in Latin America" (O Impacto dos Julgamentos dos Direitos Humanos na América Latina, em tradução livre) e constataram que o Brasil foi o único país em que o número de assassinatos pelas polícias militares aumentou após a ditadura civil-militar. Questionado sobre como lidariam com casos de abusos policiais (já que a PM se reporta ao Estado e não à UEL, como os seguranças patrimoniais), o prefeito disse que as pessoas teriam que acionar a PM e pedir uma "sindicância", assim como "acontece na UEL", para que o caso seja apurado e as medidas cabíveis, tomadas.

"Eu fico preocupado de uma comunidade que se preocupa em ser repreendida", diz Toginho Filho, que explica que "a comunidade universitária não está fazendo nada de errado" e que essa preocupação é uma "exceção e, se acontecer, ela deve ser tratada como tal (exceção)".

AUDIÊNCIA

Nesta sexta-feira (8), às 14h, CML (Câmara Municipal de Londrina) discute o assunto da insegurança nas universidades de Londrina. A reunião pública será coordenada pelo vice-presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, vereador Professor Rony (PTB). Estão convidados, além dos representantes das Polícias Militar, Civil e Guarda Municipal, os dirigentes e alunos de todas as universidades particulares, UTFPR e UEL.

Guilherme Bernardi
Reportagem Local

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Fonte: Bonde
Por: Redação
Data: 08/12/2017 17h25min

Hospital do Câncer de Londrina


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