:Dança leva paranaense a estudar em Harvard

Dança leva paranaense a estudar em Harvard - TV Na Rua CornelioDigital Dança leva paranaense a estudar em Harvard - TVNaRua Cornelio Digital - Notícias, Eventos e Entretenimento
Dança leva paranaense a estudar em Harvard

Talento para o hip hop abre portas para curitibano estudar em Harvard

Jovens buscam qualidade e incentivo ao decidir estudar no exterior.
Nota do Enem podem ser usada para 13 universidades de Portugal.

Bibiana DionísioDo G1 PR

Física e dança, mais especificamente hip hop, é uma combinação que para alguns parece improvável ou até mesmo incompatível. Entretanto, ela abriu as portas para que João Paulo Krug Paiva, de 17 anos, fosse aceito em Harvard – uma das mais tradicionais universidades dos Estados Unidos. Assista ao vídeo acima e veja o talento do adolescente para a dança.

Ele mora em Curitiba e embarca em agosto para quatro anos de formação totalmente custeados pela instituição de ensino.

João diz que o que fez com que ele buscasse a formação no exterior foi o reconhecimento que a universidade dá para as áreas de interesse dele. No Brasil, como ele afirma, Física e dança não têm incentivo.

“É muito difícil conciliar aqui no Brasil as duas áreas com que eu lido. Física e dança são áreas instáveis, e eu acho que vale a pena continuar trabalhando com as duas, ainda que hoje eu me defina muito mais como futuro dançarino ou aspirante a dançarino do que como aspirante a físico. Eu quero carregar as duas áreas e aqui no Brasil há falta de estímulo nas duas e uma falta muito maior para que as duas sejam carregadas juntas. Lá essa política é bem diferente.”

Se nesta fase da vida o comum é ter dúvidas e incertezas, especialmente em relação ao futuro profissional, João Paulo não hesitou quando teve o talento reconhecido. Segundo ele, a dança foi o diferencial para conseguir a vaga.

O adolescente conta que nos últimos anos passou, em média, mais de 50 horas por semana no estúdio de dança. Ainda assim, o futuro dançarino conseguiu ter bom desempenho em todas as disciplinas.

João Paulo Krug dança há seis anos (Foto: Arquivo pessoal)

“Aí já parece o estimulo que eles dão para quem quer seguir sonhos diferentes. O valor que eles dão para talentos, mas também para objetivos diversos e para a diversidade dentro de uma só pessoa”.

Harvard é uma das universidades mais almejadas no ambiente acadêmico, por isso, não basta ser bom e ter média 10 para ingressar. Como bem coloca João Paulo, existem mais candidatos com média 10 do que vagas disponíveis.

Neste ano, Harvard selecionou 212 estudantes estrangeiros, que passam a integrar a turma de 2020. O número representa 10,4% do universo de estudantes.

Para entrar em uma das cerca de 4 mil universidades americanas,  é necessário fazer as provas do SAT, uma espécie de Enem americano. Candidatos do mundo inteiro fazem as provas no mesmo dia, e todo o processo é pago. A partir desta avaliação, o estudante se candidata a uma vaga nas universidades que tem interesse.

João Paulo, de 17 anos, vai parar exterior movido pelo incentivo a dança (Foto: Arquivo pessoal)

João Paulo está no hip hop desde os 11 anos e hoje faz parte de um grupo de dança. Participou de diversas competições e teve a oportunidade de passar 20 dias na Broadway. Pode-se dizer que foi naquele momento que a dança conquistou um lugar cativo e possivelmente eterno na vida do adolescente.

A profissionalização passou a ser objetivo quando percebeu um olhar diferente e mais. atencioso para a arte.

O que eu penso, principalmente, por querer ter o meu foco como dançarino/ coreógrafo é que lá eu possa ser não só um consumidor de arte, mas um produtor também"
João Paulo, estudante

“O que eu penso, principalmente, por querer ter o meu foco como dançarino/ coreógrafo é que lá eu possa ser não só um consumidor de arte, mas um produtor também”.

Acostumado a ser destaque no colégio, João Paulo avalia que, em geral, a seletiva não é difícil. Ele destaca que o exame visa testar a capacidade de raciocínio e de administração do tempo.

O que é mais difícil, na avaliação do João Paulo, são os textos que devem ser entregues. “É a chance que você tem de se vender, mostrar para eles por que eles deveriam te querer lá”.

Ele diz que esta fase da seleção é tão pessoal que não adianta o candidato tentar vender alguém que não é, tentar destacar uma habilidade ou uma atividade que não realiza. “Eles querem ver algo que realmente te mova, que desperte algo legítimo em você”.

O jovem prefere não fazer expectativas para não
perder oportunidades (Foto: Arquivo pessoal)

A paixão pela Física surgiu no ambiente escolar.

“Foi a matéria que eu sempre tive mais afinidade, junto com matemática. Dentro da Física, a astrofísica começou a interessar quando eu comecei a estudar para as Olimpíadas de Astronomia”.

João Paulo conquistou o primeiro lugar da competição em 2014 na etapa regional.

A pouco tempo da virada na vida, João Paulo prefere não criar expectativas.

“Eu não gosto de criar muita expectativa. Às vezes você cria muita expectativa e acaba se limitando, porque você fecha os olhos para as oportunidades infinitas que vão surgir lá. Às vezes eu entro lá pensando em fazer tanta coisa, me dedicar a algum projeto e ao meu lado tem alguém me oferecendo outra coisa, que poderia ser ainda melhor”.

Do Paraná para Portugal
Estudar no exterior também é a aposta de Guilherme Augusto Silva de Almeida. Aos 17 anos, o adolescente que mora em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, vai estudar Direito na Universidade Coimbra – uma das mais tradicionais da Europa. Todas as despesas  - universidade, moradia, alimentação e transporte - serão arcadas pela família.

Ele embarca para Portugal em agosto deste ano, um mês antes do início das aulas. Desde que soube que foi aceito na universidade, uma mistura de ansiedade, receio e expectativas invadiu o dia a dia do garoto.

Guilherme mora em São José dos Pinhais e fara o curso de Direito (Foto: Arquivo pessoal)

“Eu estou nervoso. Eu vou ter que aprender a morar longe da minha família, longe das pessoas que eu conheço. Eu vou ter aprender a me virar em um lugar estranho, mas eu também estou feliz. Direito foi uma coisa que eu sempre quis fazer, eu nunca pensei ou considerei outro curso e outro caminho”, disse.

A seleção de Guilherme ocorreu via Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Atualmente, 13 universidades de Portugal possuem acordo de cooperação interinstitucional com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para ter acesso às informações dos estudantes que tentam uma vaga em uma das universidades parcerias. Veja a lista no fim da reportagem.

De qualquer forma, de acordo com o Inep, instituições de ensino estrangeiras ou não podem usar o Enem como forma de ingresso ainda que sem convênio formal.

Adolescente estudou no Colégio Opção e nunca
pensou em fazer outro curso
(Foto: Arquivo pessoal)

Coimbra foi a primeira a firmar o acordo com Inep. A seleção é realizada a partir das notas das disciplinas consideradas mais relevantes para o curso pretendido.

“Eu sempre achei que seria uma chance melhor em uma especialização que tivesse um peso maior. A universidade de Coimbra recebeu alguns prêmios de melhor desempenho em formação de Direito e eu fiquei interessado em tentar quando descobri que poderia tentar pelo Enem”, contou Guilherme.

A universidade é paga. São 700 euros (R$ 2,9 mil) por mês, sendo dez mensalidades por ano. Direito em Coimbra tem duração de quatro anos.

O curso de Direito de Portugal é compatível com o brasileiro. Guilherme terá que validar o diploma para poder exercer a profissão no Brasil, todavia, este não deve ser um processo complexo devido ao acordo entre os dois países.

Apoio da família
A universidade e as demais despesas de Guilherme serão custeadas pelos pais. No primeiro ano, a família decidiu alugar um apartamento. Depois, Guilherme deve passar a morar nos dormitórios oferecidos pela universidade que são pagos.

Danielle Silva de Almeida, 44 anos, é a mãe de Guilherme. Ela conta que, mesmo com a família ter se planejado financeiramente para a universidade do filho, a opção por estudar no exterior acabou pesando no orçamento, que precisou ser adaptado.

Tudo foi calculado na ponta do lápis. “É o sonho dele, a gente vai fazer das tripas coração. Na verdade, fazendo uma conta mensal acaba sendo mais oneroso, mas quando a gente fez a conta completa não onerou tanto a mais”, contou a mãe.

Ela se refere ao tempo reduzido do curso – 4 anos em virtude da grade horária ser integral – e de ser 10 e não 12 mensalidades ao ano. A comparação foi feita considerando que Guilherme fosse uma faculdade particular do Brasil.

Universidades em Portugual com acordo com o Inep
Universidade de Coimbra
Universidade de Algarve
Instituto Politécnico de Leiria
Instituto Politécnico de Beja
Instituto Politécnico do Porto
Instituto Politécnico de Portalegre
Instituto Politécnico do Cávado e do Ave
Instituto Politécnico de Coimbra
Universidade de Aveiro
Instituto Politécnico de Guarda
Universidade de Lisboa
Universidade do Porto
Universidade da Madeira

Visualizações 944
Fonte: G1
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 07/06/2016 14h24min

Hospital do Câncer de Londrina


CONTATO
[email protected]
[email protected]
(43)99920-1893



TV Na Rua / CornelioDigtal / BandDigital- 2006 - 2023