Conquista:Procopense se forma Médica em Cuba e deve integrar o Programa Mais Médicos no Brasil

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Procopense se forma Médica em Cuba e deve integrar o Programa Mais Médicos no Brasil

A jovem Dheine Joana Francisco se formou recentemente em Cuba, onde estudou nos últimos seis anos. Ela volta em agosto ao Brasil e deverá integrar o programa Mais Médico do governo federal

 

Santa Clara (Cuba) – Quando desembarcou no dia 13 de março de 2008 no aeroporto José Marti, em Havana Cuba, a procopense Dheine Joana Francisco não imaginava que seis anos depois, ela estaria se formando em uma das mais importantes faculdades de medicina daquele país, a Universidade de Ciências Médicas de Villa Clara,a 260 quilômetros da capital Havana. Ela saiu de Cornélio Procópio no Norte Pioneiro sem a mínima noção do que iria encontrar naquele país comunista, que recebe milhares de alunos de todo o mundo para cursar medicina e outros cursos nas áreas de engenharia e odontologia. Os pais, Osvaldo Francisco, na época assessor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a mãe, a enfermeira Terezinha Francisco também ficaram temerosos com a subida decisão da filha, mas aprovaram sua iniciativa. “Desde criança, a Dheine já demonstrava interesse pele medicina, mas não teríamos condições de colocá-la em uma universidade particular no Brasil e quando surgiu a oportunidade participar do programa cubano, mesmo com o coração apertado, apoiamos sua decisão”, contou a mãe de Dheine, Terezinha Francisco. Quando chegou em Cuba, a estudante brasileira não tinha noções de espanhol e juntamente com outros 100 brasileiros que integravam o grupo, foi encaminhada para a Escuela Latino Americana de Medicina em Havana. Os cinco primeiros meses foram de curso intensivo de espanhol, adaptação e nivelação nas disciplinas de química, física e biologia, especialmente para brasileiros. Os dois primeiros anos foram cursados na Escuela Latino Americana. Neste período, Dheine Francisco afirmou que pensou em desistir do curso por causa do impacto cultural e educacional adotado em Cuba. Os “Becados” (nome dos estudantes que residem na Universidade e são patrocinados pelos governos) eram monitorados 24 horas por dia. “Para uma pessoa que nunca havia saído do seu país e tinha uma vida relativamente pacata, esta mudança foi radical, mas imensamente gratificante”, contou. Ela afirmou que no primeiro e segundo ano, os alunos tiveram aulas de ciências básicas em Havana. Nos anos seguintes, já na Universidade de Ciências Médicas de Villa Clara, os alunos tiveram noções de medicina interna, aulas no hospital militar pela manhã e curso na universidade à tarde. No quarto ano, os acadêmicos passaram por aulas práticas de pediatria, ginecologia e cirurgias nos hospitais de Villa Clara e na Universidade nos dois períodos. Quando chegaram ao sexto ano, os alunos ficaram internados em hospitais nos períodos da manha e tarde e eram escalados para plantões 24 horas em vários hospitais.

 

Aluna destaque

 

Dheine estudou com outros quatro brasileiros em Santa Clara. Dos 100 que chegaram em 2008, a maioria foi enviada para a Universidade de Camaguey, a 600 quilômetros de Havana. Também existem brasileiros estudando em universidades de medicina em Cienfuegos, Guantánamo e Havana. O professor de Medicina Interna, Doutor Elvis Perez Bada confirmou que Dheine Francisco sempre foi destaque na Universidade. Ela foi premiada como segunda aluna mais disciplinada do curso. “Ela é muito inteligente e abraçou o curso como poucos na nossa universidade. Sempre disposta a aprender, procurava os professores para esclarecer suas dúvidas e jamais faltou a um plantão nos hospitais de Santa Clara. Posso afirmar com toda a certeza que ela será uma ótima médica em seu país. Ela está preparada para assumir sua profissão no Brasil ou qualquer outro país hispânico”, disse o professor Elvis. O reitor da Universidade de Santa Clara, Doutor Serafin Ruiz de Zárate Ruiz (Ruiz duas vezes) confirmou que atualmente existem 176 estrangeiros estudando na Universidades de Medicina em Santa Clara. No país, Ruiz acredita que mais de 2 mil alunos de 25 países estudando medicina em Cuba. “Nós acolhemos estudantes de países onde há deficiência em cursos de medicinas para alunos carentes e alunos que não possuem condições de estudar em escolas particulares ou estatais, onde a concorrência beneficia alunos de classe média alta que estudaram em colégios também particulares. É um programa que incentiva a formação de médicos em países pobres e deficientes nesta área”, observou Serafin Ruiz.

 

Convalidar o título

 

Dheine Joana Francisco permanece em Santa Clara até a segunda quinzena de agosto. Seus familiares e convidados, cerca de 15 procopenses, voltam esta semana para o Brasil. Em Cuba, Dheine conclui a documentação necessária para iniciar o processo de validação do curso de Medicina no Brasil. Disposta a participar do programa “Mais Médicos” do governo federal, Dheine Francisco afirmou que quer normalizar sua situação e trabalhar onde for indicada. “Claro que minha preferência seria trabalhar em Cornélio Procópio, onde está minha família, mas se a opção for para outro estado, gostaria de participar”, disse. A estudante destacou que o aprendizado em Cuba se notabilizou pelo atendimento social aos mais necessitados. Diferente das universidades brasileiras, as cubanas valorizam o trabalho dos clínicos gerais. “Todos os formandos tem consciência de que precisam fazer uma especialização para continuar exercer a medicina. Depois da validação vou definir uma especialização para poder ampliar meus conhecimentos. Enquanto isso,vou me dedicar ao atendimento geral no sistema de saúde brasileiro”, disse Dheine. Na sua turma existem alunos oriundos da Nicarágua, Panamá, Argentina, México, El Salvador, Venezuela e Equador. De acordo com a estudante Dheine Francisco, a convivência durante o curso foi harmoniosa e a troca de experiências e de informações valorizou ainda mais a experiência vivida em Cuba. “Nas primeiras semanas, foi muito difícil, mas aos poucos fui me adaptando e me envolvendo com a cultura e com a forma de viver dos cubanos e dos estrangeiros que estudam no país. Hoje tenho certeza que vou sentir saudades deste período que marcou muito minha vida. Estou muito agradecida aos professores, aos funcionários da universidade e principalmente dos outros alunos que passaram este período comigo”, concluiu Dheine Francisco. (Texto e fotos de Marcos Brito)

 

Fotos adheine – A procopense Dheine Francisco se formou em medicina na Universidade de Medicina em Santa Clara, em Cuba

 

Foto adheine 02 – Os pais de Dheine, Osvaldo Francisco e Terezinha Francisco participaram da formatura da filha em Santa Clara no último final de semana

 

Foto adheine 03com professor – O professor de Medicina Interna, Doutor Elvis Perez Bada confirmou que Dheine Francisco sempre foi destaque como aluna na Universidade

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Fonte: Marcos André de Brito
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 29/07/2014 09h52min

Hospital do Câncer de Londrina


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