:Encíclica do Papa Francisco

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Encíclica do Papa Francisco

Anunciada há vários meses, veio à luz no dia 18 de junho a Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado que todos devemos ter para com a casa comum, ou seja, a nossa mãe Terra. Outros Papas já falaram e escreveram a respeito do meio ambiente, é a primeira vez, no entanto, que uma encíclica trata especificamente do assunto. O título da encíclica – Louvado Seja – foi inspirado no “Cântico das Criaturas” de São Francisco de Assis que, segundo o Papa, é o exemplo por excelência de cuidado e de uma ecologia integral, além de ter manifestado uma particular atenção pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados (10).

Para escrever esta encíclica o Papa procurou assessoria de muita gente, inclusive de pessoas de outras Igrejas e religiões, como o patriarca ortodoxo Bartolomeu I de Constantinopla, o protestante Paul Ricoeur e o muçulmano sufi Ali-Khawwas. Toda a encíclica tem como pano de fundo a grande pergunta: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai nos suceder e às crianças que estão crescendo? (160). A esta pergunta os cristãos precisam responder iluminados por sua fé. Daí a necessidade de conhecermos melhor os compromissos ecológicos que brotam de nossas convicções (64).

Aqui está, para aqueles que perguntam, o porquê desta encíclica. Sua intenção é exclusivamente pastoral. Descartada, portanto, qualquer insinuação ideológica. No nº 15 do documento, o Papa, ao mesmo tempo que explicita o método usado, – ver, julgar e agir – apresenta um esboço do conteúdo de sua encíclica. No primeiro momento, no ver, o Papa faz uma resenha da atual crise ecológica e da pesquisa científica provocada pela mesma crise. Em seguida, no julgar, inspirado nos princípios da tradição judaico-cristã, vai em busca das causas da crise. Só então se sente em condição de indicar algumas pistas de ação, propondo “uma ecologia que, nas suas várias dimensões, integre o lugar específico que o ser humano ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o rodeia” (15).

Ainda como pistas de ação o Papa acha que toda mudança só será possível através do diálogo e da educação. No momento do ver, entre as muitas constatações, o Papa lembra que “há lugares que requerem um cuidado particular pela sua enorme importância para o ecossistema mundial, ou que constituem significativas reservas de água assegurando assim outras formas de vida” (37). A Amazônia, a bacia fluvial do Congo, os grandes lençóis freáticos e glaciares são alguns exemplos destes pulmões do planeta. Com relação à Amazônia que toca mais de perto a nós brasileiros, o Papa cita o Documento de Aparecida e se posiciona com muito vigor contra propostas de internacionalização, pois serviriam apenas “aos interesses econômicos das corporações internacionais” (38).

Ainda no momento do ver o Papa denuncia “um certo torpor e uma alegre irresponsabilidade” (59), a “fraqueza de reações internacionais” (54) e um tal “comportamento que à vezes parece suicida”(56) diante de questões que incidem direta e profundamente na qualidade da vida humana e na degradação social. No momento do julgar, o Papa lembra aos cristãos que “a sua tarefa no seio da criação e os seus deveres em relação à natureza e ao Criador fazem parte da fé” (64).

Inspirado na tradição judaico-cristã, o Papa reafirma com muita força algo que não nos é desconhecido, mas com freqüência esquecido: “Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para sua sobrevivência, mas tem também o dever de protegê-la e garantir a continuidade de sua fertilidade para as gerações futuras” (67). Para o nosso agir, o Papa propõe “uma ecologia integral que inclua claramente as dimensões humanas e sociais” (137).

“Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise sócio-ambiental. As diretrizes para a solução requerem uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza” (139). Sem dúvida, a encíclica “Louvado Seja” de nosso Papa Francisco é um documento muito rico. Merece ser lido com muita seriedade, meditado e posto em prática por todos nós seguidores de Cristo.

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Fonte: Assessoria Diocese
Por: Antonio Delvair Zaneti
Data: 29/06/2015 13h31min

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